No triênio que vai de 2007 a 2010 a dívida do Fluminense saltou de R$ 276 milhões para R$ 368 milhões. Uma taxa média de crescimento de 10% ao ano. Para 2011, a previsão é de gastos de mais de R$ 50 milhões só com juros e correção da dívida. Essa dinâmica é extremamente perigosa para o Fluminense pois, apesar de comemorarmos títulos dentro do campo nos últimos 5 anos, o clube caminha a passos largos para a insolvência. É urgente encontrar o equilíbrio nesta equação, colecionar taças e acertar a vida financeira é fundamental.
Ciente desse câncer que corrói o Fluminense por dentro, a nova gestão, em 6 meses de mandato, já deu mostras de que não pretende repetir os métodos de trabalho de seus antecessores.
De dezembro de 2010 a junho de 2011, ou seja, no primeiro semestre do ano, nossa dívida aumentou em R$ 2.6 milhões de reais, um crescimento de 0.7%. Os mais críticos podem questionar porque a nova gestão continua tomando dívidas, mas quem já esteve no cheque especial sabe a resposta: os juros às vezes são impagáveis.
Considerando juros de 1% ao mês, a dívida do Fluminense deveria ter aumentado em R$ 21 milhões apenas nesses 6 meses. O crescimento de apenas 0.7% é digno de aplausos. Assim que assumiu o clube, Peter Siemsen deixou claro que um de seus principais focos seria sanar as finanças para garantir a sobrevivência do Fluminense, e assim ele tem agido.
Uma de suas primeiras medidas foi renegociar o contrato da Adidas em termos muito melhores para o Fluminense. O aumento do preço dos ingressos na Libertadores, embora criticado, faz parte dessa política. O investimento que está sendo feito em Xerém e a contratação de jogadores para a base visa não somente o retorno em campo, mas também gerar caixa com a venda de talentos para o exterior.
É importante ressaltar que a maior parte dos gastos improdutivos dentro do Departamento de Futebol foram herdados da gestão anterior e não há muito que se possa fazer. Foram frutos de contratações caras, mal planejadas e que esperamos que não se repitam. Não é necessário citar nomes.
Em uma palestra recente ao Conselho Deliberativo o presidente explicou a venda de Rafael Pernão: mesmo sendo um excelente jogador, o Fluminense tinha apenas 15% dos seus direitos econômicos. Faz sentido o clube investir durante anos num jogador para depois receber apenas 15% da venda dele? Não seria melhor investir o dinheiro dessa venda em Xerém e formar novos jogadores nos quais o Fluminense tenha mais de 50% dos direitos?
Nossa avaliação é que entre erros e acertos nesses 6 meses, o saldo é positivo. A política nunca é simples e muitas coisas não dependem somente da vontade do gestor, como o sucesso esportivo. Se a nova gestão conseguir reconstruir Xerém, equacionar as dívidas e num gran finale, construir um Centro de Treinamento digno de nosso tamanho, ela certamente terá escrito seu nome na história do Clube.
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