Deco analisa decisão sobre não receber salário: 'Não acho correto'
Chateado com críticas, meia do Fluminense diz que pediu para não ganhar salário por ter situação financeira boa e para não ter 'encheção de saco'
Recuperado de um estiramento na panturrilha direita e prestes a voltar ao time do Fluminense, Deco pediu para não receber salários enquanto estiver machucado. Segundo o luso-brasileiro, a iniciativa teve o objetivo de acabar com a "encheção de saco". O jogador, no entanto, fez questão de ressaltar que não considera sua atitude correta, mas preferiu agir assim para que os críticos não falem mais que ele está "roubando o Fluminense".
- No Brasil, há a sensação de que quem trabalha é ladrão. Receber bem pelo que você faz é um crime aqui. Quis fazer isso porque, graças a Deus, tenho situação financeira boa. E também para eu poder seguir este ano sem encheção de saco. Estou fazendo tudo o que é possível para estar bem, para jogar em alto nível. Sinto que tenho condições. Mas, se acaso tiver lesão, prefiro que não me paguem. Não acho que é o correto, já deixo bem claro. Nenhum jogador tem que fazer isso, porque não está roubando de ninguém. Fiz isso por uma questão minha, pessoal. Quero jogar de forma tranquila, sem qualquer tipo de cobrança no lado financeiro, que é a coisa mais absurda que acontece - disse o meia tricolor ao programa "Zico na Área", do Esporte Interativo.

Deco disse ainda que a repercussão negativa de suas lesões afeta sua família e também pesou na decisão de não receber quando não puder estar em campo.
- Eu tenho um filho de 11 anos. Meus filhos já veem internet. Tive uma carreira, voltei ao Brasil, e meu filho lê que o pai dele está roubando o Fluminense. Quando falam sobre futebol, nunca me importei, porque joguei no clube de maior pressão do mundo, que é o Barcelona. O cara pode falar desse jeito: "O Deco não joga nada". É a opinião dele, vou respeitar. Agora, quando o cara vai por uns caminhos, de dinheiro, é muita mesquinhez. Isso incomoda - afirmou.
Desde que foi contratado pelo Fluminense, Deco já sofreu nove problemas médicos, sendo sete lesões. Dos 72 jogos que o time disputou após sua estreia, ele esteve em campo em 30 (42%) e marcou dois gols. Internamente, no entanto, seu papel de líder é sempre exaltado. Segundo jogador mais velho do elenco, aos 34 anos, Deco orienta os mais jovens, dá conselhos e é visto como referência.
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