'Quase carioca', joia Lanzini manda o recado: 'O campeão está crescendo'
Argentino conhece o Pão de Açucar a convite do GLOBOESPORTE.COM e garante que já pensa em ficar mais tempo nas Laranjeiras: 'Me sinto em casa'

Ele desembarcou pela primeira vez no Brasil, em 20 de julho, como um total desconhecido. No dia seguinte, aniversário dos 109 anos do Fluminense, era ofuscado em sua apresentação oficial pelos reforços mais conhecidos Rafael Sobis e Martinuccio. Tanto que praticamente não foi questionado na entrevista coletiva. Mas a joia Manuel Lanzini, como ficou conhecido no River Plate-ARG, precisou de apenas um mês e meio para mostrar a que veio. De aposta a quase realidade, o novo camisa 11 nas Laranjeiras dribla a cada partida a enorme responsabilidade de substituir o ídolo Conca. Com carisma e personalidade, já conquista a torcida tricolor com a mesma velocidade com que deixa os zagueiros adversários para trás.
A convite do GLOBOESPORTE.COM, Lanzini foi conhecer o Pão de Açúcar, um dos principais pontos turísticos do Rio de Janeiro. Com a Cidade Maravilhosa a seus pés, o jovem argentino de 18 anos mostrou confiança com a recuperação do Fluminense no Campeonato Brasileiro e mandou um recado aos rivais após a heroica virada sobre o Atlético-GO, por 3 a 2, no último sábado, em Volta Redonda.
- Acho que depois dessa vitória ganhamos um fôlego muito grande e tenho certeza de que o segundo turno será bem diferente. O campeão está crescendo - avisou.
Morando a poucos metros da praia do Arpoador com o pai, Héctor, a nova joia tricolor já se diz quase carioca. Nos últimos dias, a mãe, Miriam, e a namorada, Victoria, chegaram para visitá-lo. Nesta entrevista exclusiva, o apoiador natural de São Antônio de Pádua, pequena cidade argentina de pouco menos de 40 mil habitantes a cerca de 50km da capital Buenos Aires, confessou ter se surpreendido com a velocidade com que virou titular do Fluminense, garantiu não ter a pretensão de ocupar no coração dos tricolores o espaço que era de Conca, disse que ainda acompanha os passos do River, revelou o segredo de sua rápida adaptação ao Brasil, o sonho de jogar no Barcelona, brincou ao falar que já prepara uma resposta no segundo turno aos dois balões que levou de Neymar na Vila Belmiro e garantiu que já pensa em ficar por muito mais tempo nas Laranjeiras.
- Eu gostaria muito. É um clube lindo, me sinto a vontade jogando, me divirto. Já me sinto em casa. Seria ótimo. Mas estou pensando em fazer as coisas bem, como venho fazendo, para que queiram me comprar - explicou Lanzini, que assinou contrato de empréstimo com o Fluminense por uma temporada e tem passe fixado em cerca de R$ 23 milhões.
O que você conhecia do Fluminense antes de vir para o Brasil?
Na verdade conhecia bastante. Sabia que tinha sido campeão no ano passado no Brasileirão, que era um clube importante, um dos maiores do Brasil... É um orgulho estar aqui. É tudo muito lindo para mim. Eu sou torcedor do River e sempre disse que queria ficar lá pelo menos uns dois ou três anos, mas aconteceram coisas que não estavam previstas que me fizeram pensar em mudar de ares para melhorar minha cabeça, minha personalidade. E o melhor que decidimos foi vir para o Brasil.
Qual foi sua reação ao saber da proposta?
Tivemos que conversar em família, porque era uma mudança muito grande. Eu sou garoto e conversamos em família e decidimos que era a melhor proposta para mim.
Você tem apenas um ano de contrato. Qual seu objetivo nesse período?
Jogar a maior quantidade de partidas possíveis e pode ajudar a equipe a ficar o mais acima possível, quem sabe ser campeão.
São apenas seis jogos e um gol como titular (veja no vídeo ao lado), mas já cresce o pedido dos torcedores para adquirir parte de seu passe. Como vê essa situação? Gostaria de ficar mais no Fluminense?
Na verdade, eu gostaria muito. É um clube lindo, me sinto a vontade jogando, me divirto. Já me sinto em casa. Seria ótimo. Mas estou pensando em fazer as coisas bem, como estou fazendo, para que queiram me comprar. O técnico me deu a confiança para esses jogos. Creio que estou demonstrando o que a torcida esperava. Os torcedores do River são muito apaixonados. Muitos ainda esperam que eu volte.
A velocidade com que as coisas estão acontecendo lhe surpreende?
Estou preparado para assimilar as coisas. O que mais quero é jogar futebol por aqui. Pensei que ia ficar mais no banco e depois sim ganharia a titularidade. Só que nunca fiquei no banco no Fluminense. Isso sim me surpreendeu um pouco. No começo do campeonato argentino do ano passado, pelo River, tive uma boa sequência, de quatro ou cinco jogos como titular. Mas no restante eu fiquei mais no banco. A sequência atual, de seis jogos, já é a maior da minha carreira profissional.
Sei que você não gosta de comparações, mas tinha noção do que o Conca representava para a torcida tricolor?
Tenho ideia. Sei que era um ídolo aqui, um dos jogadores mais queridos. Jogou todos os jogos do campeonato do ano passado. Só ouvi coisas boas de Dario. Mas ele já tem a carreira dele, eu estou apenas começando. Espero conseguir jogar e fazer tanto com a camisa do Fluminense como ele.
Acha que já está conseguindo ocupar o espaço dele no coração dos tricolores? A camisa é a mesma, a nacionalidade também...
Não e nem tenho essa pretensão. Me pediram para escolher um número e pedi a camisa 11 porque gostava. Sabia o que representava, mas na verdade não quero substituí-lo. Quero fazer minha carreira e jogar muitos jogos, mais que Conca ou igual. Mas esse espaço citado já é de Dario e sempre será. Ele é ídolo, não dá para comparar. É diferente, a pressão também. Espero ganhar outro carinho, não o mesmo.
No meio da euforia com suas boas atuações, a torcida tricolor já te chama de Lanzinedine Zidane...
Sério mesmo? (risos). É lindo que digam coisas assim... Mas ainda estou muito longe disso. Zidane está fora do patamar dos jogadores normais. Foi um gênio.
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